Estive em Milão e fiquei pasmo com o poder público que lá parece interessado em ajudar as pessoas a resolver seus problemas. Pasmo porque não havia nenhum guarda, agente de trânsito, policial ou miliciano multando. E olha que nas apertadas ruas do centro da cidade, convivem, (no melhor do termo), pedestres, ciclistas, motociclistas, motoristas de carro, ônibus, e ainda motorneiros dos bondes e que tais que circulam sobre trilhos cravados no asfalto e pedras do calçamento das ruas. Tudo junto ao mesmo tempo agora!

Aqui no Brasil é tudo diferente. ainda estamos num estágio de civilidade que impede a maioria das pessoas de perceber que buzinar pra qualquer coisa, xingar e arrumar discussão no trânsito não resolve nada. Por essa deseducação o poder público resolve os problemas com vara curta, bate no povo com multas e segue sem investir em educação.

Multas fazem parte dos orçamentos de prefeituras e todo ano tem previsão de aumento de “arrecadação”. Vira meta para os funcionários do trânsito e, claro, eles são exigidos em buscar e bater a meta! Mais multas.

Por isso a gente vê coisas como em São Paulo as ruas sofrerem diminuição do limite de velocidade. De 80 há alguns anos para 70 e agora para 60km/h. É que a armadilha pra multar tem de ser cada vez mais eficiente.

Pois na última semana passou na comissão do Senado essa lei:

Marcos Chagas
Da Agência Brasil
Em Brasília

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou hoje (16) projeto de lei que restringe a aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança de multas de trânsito ao financiamento de campanhas educativas de segurança para motoristas e motociclistas. Como tramitou em caráter terminativo, a matéria agora será analisada pela Câmara e, se aprovada, segue à sanção presidencial.
Autor da proposta, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) argumentou que esses recursos arrecadados pelos estados são usados para “custear despesas como pagamento de pessoal dos órgãos de trânsito ou mesmo reforçar o caixa dos governos”. O parlamentar acrescentou que a destinação dos recursos de multas para essas outras finalidades representa “uma clara distorção” de sua função principal, que é tornar o trânsito mais seguro.

Agora pelo menos nós todos temos motivo pra exigir ação de nossos deputados. Essa Lei PRECISA SER APROVADA.

Com destinação obrigatória o poder público vai deixar de ter tanto interesse em multar pois os recursos deverão der destinados ao que eles menos querem que seja melhorada, a EDUCAÇÃO. Será um duro golpe na industria de multas.

Moto no corredor em Paris

Cena do trânsito em Paris. Moto no corredor.