Vimos nessa corrida do Canadá o quanto a aderência dos pneus, os compostos utilizados e, claro, a pista, determinam a qualidade do espetáculo para o público e o desafio técnico para equipes e pilotos. Os pneus sozinhos são capazes de refazer a cara de uma categoria!
Por isso as negociações com Michelin, Pirelli e até mesmo a Bridgestone são tão longas e complicadas até.Toda a discussão que cerca a escolha do novo, ou dos novos fornecedores de pneus da F-1 a partir de 2011 é mais que uma simples questão logística ou comercial e de marketing.
Do ponto de vista de Marketing faz todo sentido fornecer os pneus para a F-1. A exposição planetária que se consegue tem alto valor para a imagem da marca. Somente marcas tradicionais e muito bem estruturadas conseguem encarar o desafio logístico e técnico de fazer pneus para os sofisticados carros da categoria. Como todo o mundo sabe disso, ter sua imagem ligada a esse desafio já diz muito do produto que esse fabricante disponibiliza para uso nas ruas.
Para o lado interno da categoria, esse fornecedor pode produzir pneus com determinadas características de construção e compostos que valorizem não apenas o equilíbrio entre os carros e equipes , mas também o desafio técnico de aderência e durabilidade.
No Canadá, os pneus a que fornecidos tinham um deficit importante em aderência e durabilidade. Essa foi a chave do equilibrio da disputa, e mais, da qualidade do espetáculo para o público.
Pista abrasiva na corrida, suja nos treinos e nem precisamos de chuva para ver outra prova interessante na F-`1.
Que a FIA use essa prova de exemplo pra escolher seu novo fornecedor de pneus. Vai ser mais barato fazer as corridas mais interessantes usando os pneus do que elocubrar motores e pesos, asas e alturas que até agora, diga-se, não tiveram o resultado esperado. Pelo menos na relação custo x benefício.

Celso Miranda