Diante da massa de torcedores e fanáticos por automobilismo que se plantou na frente da TV pra ver a estréia da Rubens Barrichello na Indy, o desfile foi da lógica e da dinâmica das corridas de Indy. Vitória da Penske e segundo lugar da Chip Ganassi. E também a vitória da técnica dos responsáveis pelo novo pacote motor/chassi da categoria porque apesar de algumas falhas, a maioria ficou até o fim da prova na pista. Nesse desfile o primeiro colocado da corrida foi outro brasileiro, Helio Castroneves.

Aqueles que não conheciam bem a categoria puderam ver Hélio acelerando muito bem dentro da estratégia mais conservadora da equipe Penske. O time de Roger criado no final dos anos 60, colocou cada um de seus três carros numa janela diferente de reabastecimento e troca de pneus pra garantir que eles seria o primeiro vencedor com o chassi DW12. Os outros pilotos do time ficaram em quinto, Ryan Briscoe, e sétimo Will Power, o rápido dono da pole position .

A equipe Ganassi salvou o segundo lugar com Scott Dixon. Ele que foi mal nos últimos anos em St.Pete mas que tem três segundos lugares, coincidentemente sempre perdendo para o Hélio. Quem viu pela primeira vez uma prova de Indy por causa do Rubinho, percebeu que uma corrida de Indy não é só de velocidade. Ela prima por trabalho da equipe, desde os treinos até a corrida quando os mecânicos podem decidir a corrida nos pit stops previstos e ainda lidar com as paradas extra motivadas por possíveis toques em outros carros ou nos muros.

Se isso qualquer categoria do automobilismo pode ter, na Indy as equipes atendem a clientes diferentes, patrocinadores diferentes em cada um de seus carros. Não pode haver diferença de tratamento e isso motiva a formação de times de mecânicos diferentes pra cada carro e locais isolados no pit wall.

Há equipes que conseguem formar times de mecânicos competentes em cada uma dessas mini estruturas, outros nem tanto. Penske e Ganassi, conseguem. A outra equipe que faz um bom trabalho nesse atendimento a seus clientes é a Andretti. Em St. Pete colocou o terceiro colocado no pódio, Ryan Hunter Reay e ainda fez o quarto lugar com James Hintchclife, dois pilotos bem rápidos. Repare que só nessas três equipes temos dez pilotos. Eles sempre estarão entre os favoritos.

Por isso o trabalho de Tony Kanaan no ano passado terminando em quinto lugar no campeonato foi tão imopressionante. Mesmo num time relativamente pequeno, a KV Racing, TK mostrou do que é capaz. Foi genial. Em St. Pete vimos a volta de TK na mesma equipe enfrentando na corrida o problema elétrico que o tirou da prova. E vimos também Rubens Barrichello perder o primeiro treino de sexta feira por causa de problemas no câmbio. Num carro novo, e o do Rubens é o mais novo da equipe, já que o brasileiro foi o último a confirmar vaga na cateria, esses problemas sempre acontecem.

E foram esses problemas que Rubinho teve que o resultaram num final frustrante: décimo sétimo e com problema na leitura do combustível do carro na volta final. Rubens contou depois da corrida que se divertiu e que aprendeu bastante. Ótimo! Mas o tempo que ele perdeu na sexta feira impediu que eles estivesse no mesmo patamar que seus companheiros de equipe e de resto com seus 25 adversários na pista. Com o tempo Rubens vai pegar a mão do carro e dar mais trabalho para a turma da frente. Só espero que a equipe ajude mais ao brasileiro. Não por ele ser brasileiro mas que por ser cliente VIP, visto que atraiu midia internacional para a Indy.

Foi a terceira vitória do Helio em St. Pete, a 26 da carreira dele e a primeira depois do GP do Japão em 2010. Tava maiqs que na hora. Vamos pro Alabama…