Lições da Bulgaria
O russo Evgeny Bobryshev é um dos destaques nos treinos para a abertura da temporada 2011 do Mundial de MX. Piloto da equipe Honda Europa ele promete ser pedra no sapato dos mais cotados.
Ele é resultado não de estrutura de seu país para as competições de esporte a motor, mas de sua dedicação Individual e da observação da equipe Honda Europa que notou o potêncial do russo que já tem 23 anos, idade considerada alta para os padrões do Mundial de MX.
No Brasil vivemos um outro momento. Junto a mesma Honda Europa, a Honda montou um time para pilotos brasileiros, visando não apenas resultados mas a evolução desse esporte no país.
Participar do campeonato mundial de motocross com uma equipe fixa é um verdadeiro marco na história do esporte no país. Estamos acostumados a ver esforços individuais, sacrifícios familiares pra ver pilotos de automóvel e de moto pra que uma carreira internacional seja estabelecida e é por isso que fiz e faço questão de acompanhar o que a Honda está fazendo pelo motocross.
E tenho certeza que não é fácil esse trabalho. O que estamos vivenciando aqui na Bulgaria é o aprendizado de toda uma estrutura colocada a disposição da realização não de um sonho, mas de um projeto de longo prazo.
E esse projeto começa com um desafio, com um problema, com uma fatalidade. Wellignton Garcia, garoto de 21 anos entusiasmado com a chance de correr na abertura do campeoanto, caiu logo na primeira volta do segundo treino e está fora da corrida! ( neste domingo, 10 de abril, passou por laparoscopia que visa identificar as dores addominais que o piloto sente, depois de um tombo em baixa velocidade, mas durante o qual Welligton chocou-se contra o guidão).
Frustração é a primeira sensação, mas logo em seguida começa o verdadeiro desafio. Como time brasileiro, toda estrutura do projeto é colocada a prova com acompanhamento do piloto em seu tratamento médico.
Imaginem que não é apenas companhar mas verificar as condições do tratamento, a competência dos profissionais, decidir por segundas opiniões, sem contar com a logística de tudo isso.
O que estou tendo a oportunidade de ver aqui é um teste de fogo logo na primeira corrida para essa estrutura montada pelo chefe da equipe, o Sr. Wilson Yassuda. Ninguém descansa até saber das condições do piloto e ao mesmo tempo não dá pra parar a estrutura e preparação para a sequência do projeto, com a segunda corrida na Holanda e a necessidade de treinos para o piloto que já seguiria com a equipe a partir daqui, Swian Zanoni.
Vendo o trabalho e a dedicação da equipe do Sr. Yassuda, que também esta na organização para a quarta etapa do campeonato mundial no Brasil, dia 22 de maio, só posso admirar ainda mais essa idéia de fazer elevar o nível do esporte no Brasil. E dar ainda mais valor àqueles que tentaram, sem qualquer apoio ou estrutura, uma carreira internacional. Não é fácil, galera!