A sorte e o azar em Mônaco

A sorte e o azar em Mônaco

O que se passou pelas calculadoras, computadores e mentes dos estrategistas da Mercedes em Mônaco na hora em que o jovem Max Verstappen bateu sua Toro Rosso na Lotus de Romain Grosjean quando faltavam 14 voltas para o final do GP nós podemos enumerar. Mas parece que no meio de tantos números e lógica científica, faltou um pouco de senso comum. Qualquer um de sua poltrona no domingo de manhã, já com muito sono depois do desfile monótono em que a prova se transcorria, poderia dizer que mesmo tendo os adversários colados na sua traseira e relargando com pneus macios, Lewis Hamilton teria plenas condições de se defender do ataque de seus adversários, Nico Rosberg e Sebastian Vettel.
Quando nós brasileiros vimos a prova de 1992 e a bela vitória de Ayrton Senna em Mônaco, nem pensamos no azar de Nigel Mansell que deveria ter sido o vencedor da corrida com sua toda eletrônica Williams. Mansell tinha o carro mais rápido e os melhores pneus para aquele momento da corrida, mas não teve como passar Senna. Mônaco é, como sabemos todos, apertada demais para ultrapassagens limpas.
Vimos nesta sexta etapa da F1 em 2015 algumas ultrapassagens sim, mas todas usando força bruta, como no caso de Daniel Ricciardo sobre Kimi Haikkonen ou pela desinformação dos adversários como no caso de Verstappen que usou seu ritmo mais forte depois de parar pra colocar pneus extra macios e as bandeiras azuis pra iludir adversários.
Pois foi exatamente quando Verstappen subiu na traseira de Grosjean que pintou o safety car virtual (novidade da temporada), que os estrategistas da Mercedes viram a vantagem de 19 segundos que Hamilton tinha sobre os adversários pular para 26 segundos. Faltavam pouco mais de 50 metros para Hamilton passar pela entrada dos boxes e eles tinha de decidir se aquele tempo seria suficiente para ele parar, colocar pneus super macios que lhe garantiriam a vitória com vantagem depois da relargada, ou deixar o inglês na pista contra dois pilotos rápidos colados nele. Além dos números e dos computadores para calcular, o próprio Hamilton deu uma informação crucial, afirmando que os pneus estavam perdendo aderência. No cenário ainda havia a questão da rivalidade com Rorberg que poderia tentar algo insano na busca da vitória, arruinando ca corrida de ambos e de toda a equipe. Pior, e Vettel que já estava com pneus mais macios? E decidiram… naquele instante chamaram Hamilton para os pits sem os 26 segundos que na verdade eram virtuais e insuficientes para o trabalho todo.
Azar de Hamilton sorte, muita sorte de Rosberg porque na relargada além de ter Vettel segurando Hamilton, ainda viu a temperatura de seus pneus subirem rapidinho pra caminhar tranquilo para a sua terceira vitória consecutiva em Mônaco. .
Ao lado agora de nomes como Senna, Prost, Graham Hill, e Jackie Stewart Rosberg disse ao final da prova que sentia muito pelo companheiro de equipe que merecia a vitória, porém ele sabe, como todos nós, que a sorte tem um papel importante no esporte ( e na vida), e que aceitaria de bom grado o resultado. Agora são dez pontos que separam os dois na briga pela liderança do campeonato. Aposto ainda em Hamilton.